sábado, 31 de março de 2018

UMA EX DIRETORA

O meu desejo era colocar o nome dela em letras garrafais como uma espécie de homenagem neste post, mas não posso fazer isso porque o que ela fez por mim não é algo legal do ponto de vista da lei. Quando ingressei em uma das redes que dou aula, eu já tinha uma viagem marcada, eu faria um cruzeiro de dança e depois quase na sequência iria pra Argentina, Uruguai e Chile. Já tinha pago as passagens e hospedagem. Tentei prorrogar a posse, mas como era caráter de urgência fui impedida de prorrogar. Quando descobri onde iria trabalhar, munida das cartas que havia protocolado no gestão de pessoas, recibos de viagens que já havia pago, ... fui direto a escola onde iria trabalhar. Foi a vice que encontrei, que me recebeu muito bem, atenta a tudo o que eu disse, falou que conversaria com a diretora. Quando voltei a diretora assim como a vice se mostrou extremamente compreensiva, porém eu não poderia me ausentar por 30 dias, ela me orientou a fazer o cruzeiro no retorno ir a escola e trabalhar um dia e depois viajar novamente por no máximo 30 dias. Por conta disto, tirei do meu roteiro o Chile, e comprei novas passagens que me trouxeram um custo. Parecia que mais nada ela poderia fazer por mim, mas fez, ao invés de me deixar com dezenas de justificadas e injustificadas no período probatório, ela deixou que eu assinasse alguns dias e oficialmente abonasse esses dias ao longo do ano. Eu não conseguia entender, por que sem me conhecer estava sendo tão boa comigo, por que tanta empatia? Fui voltei, cumpri parte do nosso combinado, porque no mesmo ano precisei me afastar por doença e uma vez perguntei a ela o porque sem me conhecer me considerou uma boa profissional e ela me disse que se eu fazia juz a licença prêmio em outra rede era porque eu não era uma professora acostumada a faltar. No mesmo ano ela saiu da escola, fui visitá-la quando teve um bebê e nunca mais nos falamos,  no dia 15 de Dezembro tive uma notícia péssima de que ela estava muito doente já afastada do trabalho, pensei em visitá-la, pensei porém não agi, e ontem eu soube que ela faleceu. Fiquei e estou muito chateada, rezei por ela, pela família, mas não fui ao enterro, não quis entrar na vaquinha para a coroa de flores, ... queria ter reencontrado com ela, ter novamente agradecido pela maneira como me acolheu, como definiu uma professora que não a conheceu mas que conheceu o fato acima relatado "Isso mostra ser uma pessoa justa. Às vezes precisamos ter essa consciência, em separar as injustiças que o sistema impõe pra não prejudicar o bom profissional" E eu espero nunca mais passar por esta sensação de culpa por não ter visitado um conhecido que eu sabia que estava muito doente, deixar chegar o velório e o enterro pra estar junto me parece tarde demais. Que Deus a tenha! E que eu seja sempre testemunha da sua empatia! 

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