sábado, 10 de setembro de 2011

(vinte e dois anos depois) - VAI BEM LINDA !

Foi esta a recomendação que a Érika me deu, quando também me informou que uma grande paixão de adolescência estaria presente na festa do seu aniversário.

Como será este encontro ou mais um desencontro entre a gente?

Eu o conheci numa festa de aniversário de um amigo em comum, o Sidnei, a festa foi na Rua Alegre em São Caetano e confesso que não tem uma só vez que eu não passe nesta rua e que eu não lembre que aquele dia fez juz ao nome da rua.

O rapaz  mais lindo da festa, negro e alto, me tirou para dançar, nos beijamos antes que nos apresentassemos e quando fomos nos apresentar, para minha surpresa ele já me conhecia, havia estudado numa sala em frente a minha.

Eu havia recém terminado um namoro de um ano e três meses, e aos dezesseis anos estava deslumbrada com a adolescência, meus pais sempre me prenderam muito e enquanto eu namorava prenderam ainda mais.

Eu estava apaixonada por aquele rapaz que além de lindo era extremamente carinhoso comigo, ele até propos um namoro mas eu não queria voltar a prisão domiciliar imposta pelos meus pais.

Embora eu fugisse da palavra namoro eu queria algo sério e intenso com ele, cheguei a pegar RG emprestado com uma amiga para que pudesse sair com ele mas o pai dele não empresotu o carro e fomos namorar atrás da igreja de Camilópolis.

Em breve haveria uma viagem, seria a primeira viagem que eu iria sem os meus pais e ele provavelmente iria, parecia um sonho, viajar com o rapaz que eu estava completamente apaixonada, parecia uma vida que não era minha. Mas para a minha decepção ele me disse no último instante que não iria.

Na ida, eu sentei sozinha, com um lecinho na cabeça e uma garrafa de San Remmy na mão, não estava acostumada a beber, na verdade não estava acostumada com tanta liberdade e bebi bem mais do que deveria, e bêbada acabei ficando com um outro amigo, mas não me sentia traindo ninguém, afinal eu não estava namorando e não tinha a maturidade suficiente para entender que deveria respeitar o sentimento que nutriamos um pelo outro independe de estar ou não namorando.

Na segunda-feira liguei para ele, como eu costumava fazer no meu horário de almoço e contei que havia ficado com outra pessoa, ele ficou muito bravo, ele tinha mais maturidade do que eu e se sentiu extremamente ofendido com minha atitude.

Eu até pensei que era uma raiva momentanea, mas não foi, depois disso ele ficou com várias outras meninas na minha frente, o que sempre me magoava e aumentava ainda mais a culpa que eu sentia por ter ficado com outra pessoa mesmo apaixonada por ele.

Depois de alguns anos, nos encontramos no teatro, a contabilidade e a química ficaram em segundo plano em nossa vida, tinhamos mais afinidade do que sabíamos na época do colegial, passamos a nos encontrar com maior frequencia em teatros e estes encontros sempre me rendiam "selinho de oi", mas só isto !

Uma vez ele me disse, que eu destrui o mundo dele já que o mundo dele era a escola naquela fase da sua vida.

É ... se eu não tivesse bebido, se eu eu não tivesse o traido, se ele soubesse que o mundo vai além da escola, se os meus pais não tivessem me prendido tanto ... talvez tivesse dado certo!

Hoje só me resta IR BEM LINDA !