sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

FAFÁ

         



           É difícil uma pessoa que me conheça que nunca tenha ouvido eu falar sobre a Fafá. 

      "Sabe aquela minha prima que eu amo e mora na França?" É assim que eu me refiro a ela com pessoas que não a conhecem.

    Eu tenho muitas primas que parecem irmãs, amigas que parecem primas, eu nunca tive uma melhor amiga, todas desempenham um papel importantíssimo em minha vida, cada uma em um momento ou várias num mesmo momento, cada uma de um jeito e eu sou incapaz de escolher a melhor entre elas.

   Existem amigas que fico um tempão sem encontrar e quando encontro é como se eu nunca tivesse deixado de vê-las. Amigas com casa "bolinha verde" que posso chegar a qualquer momento que sou sempre muito bem-vinda.

    O que a Fafá tem de especial? É que ela não se afasta, é sempre próxima, não importa o continente.

     Fazemos caminhada juntas, andamos de carro, de trem, na rua Timor, no bosque atrás da casa dela, vamos no banheiro juntas, vamos no mercado, comprar flores, ....  Se temos alguma coisa pra falar ou se não temos absolutamente nada pra falar nos telefonamos da mesma maneira.

      Ela me deu um livro do Richard Bach, chamado "Longe é um lugar que não existe" e esse livro fala sobre a gente, sobre a nossa amizade. 

         Através de "mimos" tenho a Fafá espalhada pela minha casa, em todo canto tem alguma coisa que ela me deu, ela veio na minha casa fisicamente no domingo passado mas a sensação é que ela já tinha estado aqui antes.

    Ela me dá bronca de um monte de coisas, mas demonstra admiração por mim, se preocupa comigo, um pouco mãe não sei se dá para entender, colocar o que rola entre a gente em palavras não é tarefa muito fácil.

        Deve fazer 20 anos que ela foi pra França e eu ainda choro todas as vezes que dou tchau.

       Eu não sei exatamente quando nos descobrimos "assim", minha mãe conta que quando eu nasci ela perguntou ao meu avô se ela continuaria sendo sua neta. 

        Nos aproximamos quando minha mãe sugeriu que eu a chamasse pra ir pra Divinolândia, na casa de nossas primas de segundo grau passar o carnaval, chamei a prima mais velha para me acompanhar nessa viagem, aquela que pedia a benção aos nossos avós, que fazia curso de corte e costura, inclusive fazia bonecas e tinha bronquite, que devia ser uma chata e foi assim, sugestão da minha mãe a nossa primeira viagem juntas.

      Essa viagem regada com Martini, gelo e cereja fez brotar essa relação mais próxima, surgiu uma intimidade de primas distantes viramos primas confidentes.

    Nos aproximamos mais ainda quando eu fazia teatro na Fundação das Artes e ela faculdade de Assistente Social na FAPSS, as duas escolas em São Caetano do Sul, ela ia para a escola com o fusquinha do meu tio Fernando e depois da saída da escola íamos juntas para o Bloco 7 onde encontrávamos o meu irmão e seus amigos da ETE.

    Tivemos a sorte dos nossos namorados serem amigos, e os namoros não nos afastava ao contrário nos unia ainda mais, a minha tia Ignêz não gostava muito, mas saíamos direto e como eu saía de carro eu ia buscá-la em casa quase todas as vezes. 

    A gente se dava bem, eu era a bagunceira e ela a organizada, hoje não sou mais tão bagunceira e nem ela tão organizada. Na hora de dividir a conta as duas extremamente honestas.

    A nossa amizade é linda porque não é uma amizade egoísta, eu não quero a Fafá só pra mim e nem ela quer a Gigi só pra ela, me esforço para que ela possa estar com o maior número de pessoas tanto em suas vindas para o Brasil como em minhas idas para a França.

    Eu falo sobre tudo com ela, sem ressalvas, política, sexo, compulsão alimentar, família, dinheiro, cachorro, gato, igreja ... não temos segredo uma com a outra.

    As vezes escrevemos muito pelo aplicativo Whatsapp e a nossa última frase é leia e apaga. Sabemos que podemos confiar uma na outra, não há julgamento, há afeto, acolhimento, escuta.

    Agradeço a Deus por ter sido sua sombra por uma semana e ela ser tão luz em minha vida. Agradeço a Deus pelas conversas sérias e pelas gargalhadas por coisas tão bestas que acontecem com a gente. Agradeço a Deus que a sua mãe e o meu pai nasceram dos nossos avós e que somos quem somos graças a eles.

    Não sei quanto tempo teremos, espero que muito, afinal somos magrinhas como o vô, trabalhadoras como ele, mas na longevidade puxamos pra vó Paschoalina, certo? 

        Eu sempre vou amá-la e nunca vou me acostumar em dar tchau, a nossa meta é um ano todinho juntas. 


        Duas fotos da minha semana "sombra da Fafá":



Café da tarde na casa da minha mais nova best friend e seu marido Eduardo, deixa que eu tiro foto de vocês ... risos




Selfie não, vamos usar o temporizador !

    



    


       

        



        



2 comentários:

  1. Ixi… caiu um cisco no meu olho… TE AMO Gi

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  2. Agradeço a Deus por ser assim, dividir suas amigas comigo, pois se assim não fosse, não teria a quem chamar de "Amiga" . Te amo!!!!

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