Não foi a primeira vez que fui num psiquiatra, quando meu irmão nasceu eu tinha 2 anos e 3 meses e fiz tanta coisa maluca que minha mãe achou melhor confirmar se eu tinha ficado doida mas era apenas ciúmes do irmão. Ah, irmão! Quando criança dei lhe uma medalhada na cabeça que não recordo se foi brincando ou brigando, lembro que sangrou e eu fiquei bem preocupada. Na adolescência, estávamos visitando uns primos no interior, e ele chegou na casa da prima com a minha camiseta amarela da Quick Silver, a minha camiseta preferida, eu quase atrasei a viagem de todo mundo porque não achava a tal camiseta, procurei por ela em todas as gavetas mas ninguém tinha visto, e não é que o filha da mãe estava com ela e vestido, lembro até hoje do seu riso sínico, não tive dúvida atirei-lhe uma xícara de café, que acertou o calendário de parede da prima, sujou toda a parede, minha mãe sentiu muita vergonha e eu muita raiva do meu irmão. Este mesmo irmão, meu único irmão, quando eu tinha mais de 20 anos me fez retornar ao psiquiatra, o computador e a impressora que era da família ficava no quarto dele, até hoje não sei o porque talvez porque era homem ou porque sempre foi mais inteligente só sei que ficava lá. Eu estava desempregada e tive uma super ideia como já era atriz e tinha carro pensei em trabalhar para as floriculturas entregando flores e de brinde faria um telegrama animado. Peguei tudo quanto foi contado de floriculturas, e fui imprimir os meus currículos com a minha super ideia foi aí que a impressora deu pau, até hoje elas costumam dar pau comigo e precisei da ajuda do meu irmão que não me ajudou. Fiquei puta e quando fico puta começo a BERRAR, o meu pai tentando mediar falou "Cala a boca!". Fudeu, porque a minha ira que saia junto com o ar que vibrava minhas cordas vocais foi canalizado para a minha mão que jogou no meu irmão o primeiro objeto que viu pela frente um cinzeiro de ferro, que agora escrevendo acho que foi a única função dele em nossa casa, já que não tínhamos fumantes em casa (eu fumava escondido), ser arremessado em direção ao meu irmão, sou ruim de mira pegou a parede mas a minha mãe exigiu que eu voltasse ao psiquiatra, ele pediu aquele exame que enche o nosso cabelo de pomada e não deu nada, falou até que eu poderia continuar jogando o cinzeiro no meu irmão esporadicamente mas que isso seria um segredo nosso. Hoje, este mesmo irmão, foi o primeiro a ligar pra saber como tinha sido minha ida a psiquiatra, eu ainda estava no consultório, desta vez eu me rendi, terapia, amigos, oração, dança, sexo e chocolate não deram conta de tanta tristeza motivada por política, enchente, fake news, .... PIREI! MUITO CHORO! FRIO NA BARRIGA! RESPIRAÇÃO CURTINHA! Nunca vivi nada disto e me desesperei, na minha profissão o que mais tem são colegas readaptados, afastados e medicados. Achar um contato de psiquiatra foi fácil, depois foi aguardar dar 8 horas pra tentar agendar uma consulta para aquele mesmo dia, e eu já tinha tomado um Diazepan no PS do Hospital Bartira, na madrugada daquela sexta-feira, liguei pra um, pra outro, esta que atendeu só teria pra maio liguei pra quem me indicou que acabou conseguindo um horário nesta terça-feira, uma amiga insistia que eu devia procurar a mesma médica que atende uma outra professora amiga mas de outra rede e quando descobrimos era a mesma médica, depois fui na minha prima que é psicóloga e quando falei o nome da doutora não é que é a mesma que ela também indica aos seus pacientes. Tenho a impressão de que Deus queria mesmo que eu conhecesse essa doutora, e aceitasse a sua medicação 5 mg de vortioxetina por dez dias e depois aumentaremos a dose. Não foi fácil aceitar isto, eu sempre disse que me aposentaria fazendo cursos e greves, nada de ficar aposentada na ativa como já vi algumas pessoas fazendo, eu não! Dar aula é minha vocação e vou até o fim, é claro que com paralisações para que este fim não esteja tão longe como quer o presidente do meu pai e do meu irmão, mas eu jurava de pé junto, ou dizia "pala" como usamos o juro na minha família que não precisaria de remédio psiquiátrico. Eu não! EU SIM!
(Editei o texto porque o meu irmão lembrou do episódio com o café)
(Editei o texto porque o meu irmão lembrou do episódio com o café)
Dra Vivianne Pelegrino .... aumentamos a dose .... incluimos um outro medicamento e o tratamento durou um pouco mais de um ano ... por conta da pandemia não voltei para uma alta oficial mas fiz o desmame conforme sua orientação ... é preciso nos render .... precisar de ajuda de um psiquiatra não é vergonha alguma .... é um médico como qualquer outro e pode nos dar instrumentos para que voltemos ao nosso "normal" .... gratidão a doutora e todas as pessoas que não acharam que era mimimi !!!
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